Com o Dia do Estudante se aproximando, 11 de agosto, o Ministério da Educação (MEC) relatará, em uma série de matérias especiais, algumas das experiências vividas pelos estudantes que integram programas e políticas públicas educacionais, em diferentes etapas do ensino no Brasil. Nessa matéria, falaremos sobre a experiência de duas alunas que estudam em escolas inscritas no Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).
Em parceria com o Ministério da Defesa, o Pecim foi criado com o intuito de melhorar o processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas do país, tendo como base o alto nível de desempenho dos colégios militares. A gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa é realizada com a participação do corpo docente, porém, com apoio dos militares.
Fernanda Souza Guimarães tem 16 anos e estuda na Ecim Professor Reinaldo Thompson, da rede pública estadual do Amazonas. Fernanda sofre de ansiedade generalizada e tem déficit de atenção. Desmotivada, ficou quatro anos fora do colégio. “Há muitas escolas que não amparam estudantes que têm esses tipos de necessidade. Querendo ou não, eu tenho necessidades que outros estudantes não têm. Era muito difícil para mim, porque às vezes eu tinha crises na escola e a diretoria não entendia isso. Eu ficava frustrada”, relatou.
A escola em que Fernanda está matriculada, atualmente, conta com um projeto que auxilia estudantes que têm algum tipo de transtorno, doença mental ou dificuldade de aprendizado, em turnos opostos ao de aula, como um reforço escolar. A escola também faz parte de um programa de correção de fluxo escolar da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas, o Projeto Avançar, que ofereceu a ela a oportunidade de corrigir a distorção idade-ano, cursando, em um único ano, o 7º, 8º e o 9º ano do ensino fundamental II.
“Quando eu penso na minha experiência em uma Escola Cívico-Militar, eu vejo uma escola mais humana possível”, afirma a estudante, complementando que a parte militar da escola é bastante presente e atuante. “O corpo militar é muito incrível, é muito atencioso, são pessoas capacitadas e que se preocupam muito com o desenvolvimento dos estudantes”, relata. Empolgada com o seu primeiro ano na Ecim Professor Reinaldo Thompson, Fernanda quer ser engenheira civil e posteriormente cursar psicologia. As aulas em Manaus já retornaram à modalidade presencial.
Gabriela Darga, de Blumenau (SC), também tem 16 anos, e está cursando o 2º ano do ensino médio na Escola Coronel Pedro Christiano Feddersen, onde estuda há a 5 anos, desde o 6º ano do ensino fundamental. “Devido ao fato de ter estudado em outra escola, posso afirmar que vejo muito mais civismo e respeito na Escola Cívico-Militar. Temos aulas com temas diversificados com relação à sociedade, qualidade de vida, respeito, entre outros temas”.
Ela complementa dizendo que é notável a diferença, entre a escola anterior e a atual, na questão de respeito ao corpo docente e aos colegas. “Embora faça pouco tempo que nossa escola se tornou uma Ecim, já vemos mudanças no modo de ser de várias pessoas. Sem contar que os militares que estão conosco nos ajudam em várias questões, tanto no ensino quanto no socorro e amparo a pessoas com problemas psicológicos ou que sofreram alguma lesão”, afirma Gabriela.
A estudante diz que o método de ensino da escola sempre foi bom, porém, teve uma grande melhora após a adesão ao Pecim. “Mesmo após uma pandemia em que ficamos tendo aulas em casa de forma remota, não tivemos o decréscimo acentuado, esperado por muitos. Todos os dias tínhamos atividades e aulas a serem realizadas por intermédio de meios tecnológicos ou com retirada das atividades impressas na escola”, relata Gabriela, que também já retornou à aulas presenciais e complementa dizendo que isso permite um aprendizado muito maior.
Assessoria de Comunicação Social do MEC